Os avanços tecnológicos das últimas décadas propiciaram o desenvolvimento de técnicas para a coleta e o processamento em massa de dados, inclusive de indivíduos. Esse acúmulo de informação permite que governos cumpram seus deveres ao distribuírem recursos a áreas e populações mais necessitadas, ou ainda que empresas privadas desenvolvam novos produtos. Para tanto, é necessário que a provisão de informação seja feita de forma clara e confiável, ou transparente.
Entretanto, é também responsabilidade dos detentores de dados, sejam eles governos ou empresas privadas, garantir que as informações estejam protegidas de usos indevidos, incluindo a reidentificação de indivíduos. Almejando transparência, publicações passadas de microdados foram desastrosas, apesar de tentativas de manter privadas as identidades dos indivíduos cujas informações se encontravam nas bases de dados. Hoje se sabe, por exemplo, que deidentificar os dados, isto é, remover informações como nome ou códigos únicos de identificação, não garante privacidade.
Dessa forma, diversas técnicas de anonimização foram propostas e aplicadas na tentativa de balancear o direito à privacidade e a manutenção da utilidade de bases de dados. Nessa palestra, abordaremos algumas dessas técnicas e suas vantagens e desvantagens, além de apresentar casos reais de indivíduos que foram reidentificados, tanto no Brasil quanto no mundo.
Instituto de Ciências Exatas,
Universidade Federal de Minas Gerais